Narrado por Zeus Marino
A manhã trouxe uma mensagem curta e cortante: uma foto enviada por um dos meus homens, sem legenda — o cais principal, à noite, em chamas leves, contadas em pixels pelo brilho das luzes de emergência. Havia fumaça no ar, e a fumaça tinha dono: não era acidente. Era declaração.
Não me dei ao luxo de sentir surpresa. Besa tinha prometido que tudo pioraria se eu não cedesse. Ela acertou o tom — agora acertava também os lugares. Não era só intimidação; era uma operação para lembrar que quem manda no Adriático pode fazer a maré virar contra quem escolhe enfrentar.
Ares já estava no pátio quando cheguei. O rosto dele tinha a calma calculada de sempre, mas os olhos eram de presidente diante de tribunal: alguém que sabe que cada passo público terá custo. Apolo entrou logo depois, com os dois carregando aquela expressão que mistura raiva e fadiga — quem vive de proteger aprende a contar perdas.
— Eles incendiaram um terminal pequeno, — Ares disse direto. — Não foi tiro,