Narrado por Apolo
O anel pesava no meu bolso como se fosse feito de chumbo.
Não pelo peso real, mas pelo que ele representava. Um voto. Uma decisão. Um caminho sem volta.
Eu caminhei até a sala de reuniões da mansão, onde Ares estava, com a firmeza de quem já sabe que vai encontrar resistência. Zeus estava fora, lidando com uma movimentação suspeita de nossos aliados em Nápoles. Era melhor assim. Hoje, essa conversa precisava ser só entre nós dois.
Ares estava em pé, de costas pra mim, olhando pela janela como sempre fazia antes de dar uma ordem. O blazer pendurado na cadeira, as mangas da camisa dobradas até o cotovelo, os músculos tensionados. Ares era o tipo de homem que não precisava dizer que estava irritado — ele deixava o ambiente inteiro saber.
Fechei a porta atrás de mim.
Apolo: — Preciso falar com você.
Ele não respondeu de imediato. Só virou lentamente, os olhos castanhos cravados nos meus. Não havia gentileza naquele olhar. Havia intuição.
Ares: — Você vai fazer alguma mer