Narrado por Zeus
Voltei para a mansão com o gosto do whisky ainda queimando a garganta. A noite lá fora estava calma, mas dentro de mim... não.
Desde que saí do bar com aquela mulher, meus instintos estavam acesos. Não era medo. Eu não sentia medo desde os quinze anos. Era algo mais fino. Uma linha tênue entre curiosidade e alerta.
Léa.
Ou pelo menos era isso que ela dizia se chamar.
Alta. Loira. Olhos azuis. Perigosa. Cada detalhe nela era ensaiado demais pra ser natural. Do jeito que se movia ao jeito que sorria. Como se tivesse lido um manual de como encantar um homem como eu.
E talvez tivesse mesmo.
Quando cheguei ao salão da mansão, Enzo estava organizando algumas pastas. Ele ergueu os olhos ao me ver.
Enzo: — Voltou cedo.
Zeus: — Saí pra andar. Encontrei uma francesa perdida.
Ele arqueou uma sobrancelha. Eu servi um copo de vinho, me joguei na poltrona e só depois soltei a frase que martelava desde que saí do bar:
Zeus: — Puxa a ficha de uma mulher chamada Léa Moreau. Francesa,