Narrado por Ares Marino
A noite tinha gosto de vingança.
Eu tava no telhado do galpão, deitado no escuro, com o dedo no gatilho da minha carabina e o fone no ouvido esquerdo. O som da respiração dos homens no canal de rádio parecia um relógio marcando os segundos pro inferno começar.
Apolo:
— Equipe um: posicionada.
— Equipe dois: aguardando comando.
— Zeus?
Zeus:
— Esperem o meu sinal.
A gente tinha planejado isso nos mínimos detalhes.
Era pra ser rápido, cirúrgico.
Mas eu sabia que ia sair sangue. Muito sangue.
O galpão ficava numa zona abandonada da Espanha, onde ninguém se atrevia a andar depois das oito. Era o esconderijo perfeito. Ou pelo menos eles acharam que era. Alonso e Ivanov tinham escolhido aquele lugar achando que tavam sendo discretos. Só que esqueceram que a gente tem olhos em todos os cantos da porra desse continente.
O furgão preto parou.
Zeus (no rádio):
— Alvo confirmado. Alonso desceu. Ivanov junto. Doze seguranças no total. Cinco russos. Sete franceses.
Apolo:
—