Narrado por Ares Marino
Algo mudou.
Desde o retorno daquela viagem, desde o dia em que jurei a mim mesmo que daria a Isabella tudo o que nenhuma alma jamais pensou em oferecer, ela está diferente. Ainda sorri, ainda me toca, ainda diz que me ama, mas eu conheço os silências de uma mulher. E o dela — esse novo — tem gosto de medo.
Ela tem dormido mais tarde. Caminha pela casa como se memorizasse rotas de fuga. Olha para os funcionários com uma atenção desconfiada demais para ser por acaso. E mesmo nos momentos em que está nos meus braços, há uma parte dela que não me toca mais.
Isabella está escondendo algo. E isso é perigoso.
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Chamei Domenico para uma conversa particular na sala de armas. Não gosto de desperdiçar palavras quando sei que o veneno está circulando.
— Alguém da equipe de serviços foi alterado nas últimas duas semanas?
— Três nomes no