Narrado por Viktor Barinov
Era de madrugada quando recebi a primeira confirmação do que já suspeitava. Nossos escritórios haviam sido reduzidos a cinzas. O centro financeiro inteiro, com dados, contas, transferências e documentos, queimado. Os outros dois pontos, em Harlem e Jersey, não estavam em melhor estado. Pela primeira vez em anos, houve medo nos olhos dos meus homens. Medo de mim. Medo deles. Medo de Ares Marino. Eu entrei na sala de reunião com o cinto da arma folgado e o paletó jogado sobre o ombro. Não precisava de cenário teatral para ser temido. Meus olhos faziam isso por mim. Meus silências, principalmente. Sete estavam na mesa. Todos esperando que eu dissesse algo que os aliviasse. Mas não foi isso que fiz. — Três escritórios destruídos. Três ataques coordenados. E ninguém aqui soube de nada? — minha voz cortou o ar como navalha. — Nem um vazamento? Nem um boato?