Narrado por Ares Marino
Isabella dormia profundamente, os cabelos espalhados sobre o travesseiro como tinta escura sobre tela de linho. Por alguns segundos, permaneci ali em silêncio, observando. Não como um predador. Não como um homem obcecado.
Mas como alguém que, mesmo apodrecido por dentro, havia encontrado um respiro.
Ela era meu refúgio. Meu incógnito. A única coisa nesse mundo que não podia ser comprada, ameaçada ou silenciada. Porque mesmo que eu tivesse tirado ela daquele leilão, o que se formou depois foi uma guerra que eu perderia de bom grado, se fosse contra o coração dela.
Levantei-me com cuidado para não acordá-la. Eram quatro e meia da manhã. Desci até a sala de controle e liguei para Domenico.
— Quero tudo pronto em três horas. Não me importa quanto custe. Quero algo único. — disse com firmeza.
— O que exatamente o senhor deseja? — ele respondeu, a voz ainda um pouco