Narrado por Apolo
O hospital nunca foi um lugar onde eu me sentisse confortável. Cheiro de antisséptico, máquinas apitando, gente à beira da vida ou da morte. Mas ali, naquela manhã esquisita, eu tava em paz.
Violeta dormia com a cabeça encostada no meu ombro, os olhos cansados, mas com aquele traço de alívio no rosto. A mãe dela tava viva. Fora de perigo. E pela primeira vez em muito tempo… ela tava respirando sem peso.
Foi aí que eu vi Enzo vindo no meu campo de visão.
Passos rápidos. Rosto tenso. Mãos nos bolsos.
Merda.
Eu já sabia que paz demais nunca dura.
Apolo: — Acorda devagar, princesa. Vou só resolver uma coisa e já volto.
Beijei a testa dela, com carinho, e fui ao encontro dele, já sentindo o estômago virar.
Apolo: — Fala.
Enzo não perdeu tempo.
Enzo: — Ramiro. O cara que você matou na boate.
A