Ponto de Vista de Alice
Eu nunca imaginei que existisse um lugar como aquele.
Desde o momento em que atravessamos os portões do refúgio, algo dentro de mim despertou — como se minha alma tivesse lembrado de um sonho antigo, algo que eu sempre quis mas nunca soube nomear.
A luz suave que iluminava as ruas, as casas construídas em madeira e pedra, as pontes suspensas sobre pequenos córregos cristalinos… tudo parecia saído de um conto de fadas. Mas não era fantasia. Era real. Vivo. Pulsante.
Eu estava em um mundo mágico.
Literalmente.
E quanto mais eu caminhava ao lado de Benjamin, mais meu coração parecia bater no mesmo ritmo que o dele. Um ritmo firme. Quente. Seguro.
Mas eu sabia que minha irmã não sentia o mesmo.
Ema caminhava à frente, tensa como um animal acuado. Seus olhos escuros analisavam cada detalhe como se procurassem ameaças. Ela não aceitava nada daquilo. Não queria aceitar. E eu entendia… até certo ponto.
Até que chegamos à clareira central.
Era um espaço aberto, com árvo