Ponto de Vista de Annabelle
Saí do quarto onde minha filha dormia ainda pálida, o peito subindo e descendo devagar, como se cada respiração exigisse força demais. Meus olhos ardiam e o peso que carregava no coração parecia me afundar. O corredor estava silencioso, mas dentro de mim tudo era caos. A imagem de Mara tomada pela força divina, aquele brilho prateado rasgando o ar, ainda queimava na minha mente como um sol impossível de esquecer.
A porta se fechou atrás de mim e senti minhas pernas fraquejarem por um instante. Eu me apoiei na parede fria, respirando fundo, tentando não desmoronar ali mesmo.
— Anne... — Andreas chamou suavemente, aproximando-se. Seus passos eram cautelosos, como se qualquer coisa pudesse me quebrar no meio.
Eu não queria ouvir sua voz. Não queria consolo, nem palavras bonitas, muito menos racionalidade. O mundo inteiro tinha acabado de ruir dentro de mim.
— Me deixa, Andreas — pedi baixinho, apertando os lábios para conter o choro que ameaçava sair de novo