Ponto de Vista de Annabelle
Acordei com um sobressalto, o coração batendo acelerado, a respiração presa no peito como se eu tivesse corrido por horas. Por um momento, não entendi onde estava. O teto familiar do meu quarto me encarava de volta, silencioso, enquanto a luz suave da manhã entrava pelas cortinas. Levei alguns segundos para perceber que não estava mais naquele campo de flores… que a menina de cabelos brancos e olhos prateados não corria mais na minha direção chamando “mamãe”.
Mas, mesmo assim, algo dentro de mim estava diferente.
Havia paz.
Eu não sentia isso desde que Mara nasceu — desde que Selene tomou posse do corpo da minha filha pela primeira vez. Sempre temi que cada manifestação tirasse um pedaço da humanidade dela, que um dia Mara desapareceria por completo e se tornaria apenas… a deusa. Mas o sonho — ou talvez visão — me trouxe algo que eu nunca achei que teria: a certeza de que minha filha ainda estava lá.
Ela tinha falado comigo. Tocado meu rosto. Me abraçado co