CAPÍTULO 58.
RECÉM DESPERTAR.
Eu sou Âmbar, a sobrinha mais velha de tia Cleópatra, e aos dez anos, percebo que a vida que deveria ser repleta de risos e brincadeiras se transforma em um jogo de expectativas e obrigações. Enquanto meus irmãos mais novos correm pelo jardim, suas risadas ecoando como música leve, eu me encontro presa em um mundo onde as flores são apenas ornamentos e os sorrisos, meras máscaras.
Nos momentos em que estou com minha tia Cleópatra, sinto o peso do olhar dela sobre mim. É como se ela estivesse sempre à espera de algo, talvez uma palavra sábia ou um gesto que não consigo entender. A pressão é palpável, e eu me pergunto se essa é a vida que todos levam. O palácio é vasto e impressionante, mas a opulência não consegue esconder a solidão que me envolve. Minha mãe está sempre ocupada com as tarefas da casa e os compromissos sociais, enquanto meu pai se perde em seus próprios pensamentos. Eu sou apenas uma criança, mas a responsabilidade parece ter sido colocada sobre meus om