CAPÍTULO 59.
CONTAGEM PROGRESSIVA.
Quando eu tinha 13 anos e a Nery 12, um novo capítulo começou na minha vida. Ela veio viver aqui no palácio em Teerã, e a mudança trouxe um misto de emoções que eu mal conseguia processar. Segundo o que ouvi da minha mãe, Nery estava de castigo. A decisão de mantê-la aqui até que tivesse idade para ir à faculdade foi tomada para tentar tirar da cabeça a ideia de casar com seu irmão adotivo. Para mim, no entanto, a presença dela era a melhor coisa que poderia acontecer.
Eu sempre sonhei em ter uma amiga da mesma idade. Meus irmãos mais novos não entendiam o que era ser uma menina, com seus sentimentos e suas ansiedades. Minha mãe e minha tia eram mulheres muito adultas, ocupadas com suas obrigações e preocupações. Nery chegou como um sopro de ar fresco, mas o início da nossa amizade não foi fácil. Ela só chorava e fazia greve de fome, um desespero que eu não conseguia entender completamente.
Lembro-me de um dia em particular, quando não consegui mais ver a tristez