CAPÍTULO 131.
Eliyahu Prokhorov.
Depois que termino de almoçar com minha família, empurro o prato para longe como se aquilo tudo tivesse um gosto de papel molhado. Sorrio para minha mãe, beijo a testa da minha mãe e da minha avó. Ninguém me pergunta nada. Eles sabem que quando eu levanto assim, de repente, é porque algo está em ebulição dentro de mim. Algo que não pode esperar.
Pego meu Bugatti — pintura preta fosca, janelas blindadas, motor que ronrona como fera prestes a morder — e saio da mansão sem olhar pra trás. Hoje, nada mais importa. Eu tenho de saber o que aconteceu com Darina.
Quero saber quem foi o filho da puta que traumatizou ela.
Quero saber quem foi o filho da puta louco que ousou encostar nela.
E eu quero saber isso hoje.
Quero saber isso agora.
Corto a estrada de Baltiysk até Tula como uma lâmina atravessa carne podre. O céu cinza não me ameaça. Nem a chuva, nem os olhares, nem as placas de "proibido entrar". Nada me para. Não hoje.
Na entrada da cidade, deixo o luxo cuspir sua a