A floresta silenciou antes da primeira flecha.
Era o tipo de silêncio que antecede um terremoto. Que pressagia mais do que violência: pressagia transformação. A terra parecia sustentar a respiração. O ar, carregado com o perfume denso de uma flor à beira do apodrecimento. E no centro da clareira, sob o céu fechado e sem cor, quatro figuras aguardavam.
Ana. Adam. Liam. Rósyn.
A família — feita de escolhas, sangue e destino — estava cercada.
Os homens de Caius surgiram como sombras entre as árvores. Máscaras de ferro. Espadas negras. Marcas ritualísticas sobre a pele. Muitos deles eram jovens demais para estarem ali, mas seus olhos estavam velhos. Corrompidos. Recriados.
Rósyn deu um passo à frente. Os cabelos flutuavam ao redor do rosto como serpentes de seda. O manto cinza se abriu, revelando a pele nua coberta por símbolos vivos que pareciam se mover com sua respiração.
— Eles não vão hesitar — disse ela, a voz calma, mas firme.
— Nem nós — respondeu Ana, erguendo um punhal de prata