O vento carregava o cheiro do novo.
Depois do ritual, o mundo não havia voltado a ser o mesmo. Ainda havia árvores, céu e montanhas. Ainda havia tempo e matéria. Mas tudo pulsava de modo diferente. As aves silenciaram por dois dias. A água das nascentes ficou prateada por um breve instante. E o eco de algo maior atravessou a terra — não como um grito, mas como um presságio.
Liam acordou na cabana dos pais, com o corpo coberto por lençóis macios e a pele ainda ardendo onde a cicatriz da rosa havia se formado.
Ana e Adam estavam sentados próximos à cama. A lareira acesa lançava uma luz âmbar sobre seus rostos preocupados.
— Ele acordou. — disse Ana, com a voz embargada de alívio.
— Liam… — Adam se aproximou, ajoelhando-se. — Você se lembra?
O menino, agora não tão menino, abriu os olhos lentamente.
— Lembro de tudo. Cada caminho. Cada toque. Cada palavra. — Ele respirou fundo, como se voltasse de um lugar onde o ar era diferente. — E ela… Rósyn… ela é real. Está vindo.
Ana franziu o cen