A primeira luz da madrugada tingia o céu de cinza quando Ana despertou, os cabelos espalhados sobre o peito nu de Adam. O calor do corpo dele era o único abrigo contra o frio úmido que subia do lago. Durante a noite, sonhos inquietos a haviam assombrado — rostos sem nome, olhos como poços vazios, sussurros carregados de promessas de destruição. E, agora, o mundo lá fora parecia suspenso na expectativa do próximo golpe.
Adam não dormia. O peito subia e descia de forma irregular, e os olhos fitavam o horizonte como se esperasse que a floresta ganhasse vida e os engolisse. As mãos dele ainda estavam firmes nos quadris de Ana, como se temesse que ela desaparecesse se as soltasse.
— Adam... — Ana sussurrou, erguendo o rosto. — A gente precisa se mover.
Ele assentiu, os olhos vazios por um instante antes de se fixarem nela. A sombra da dor e da culpa era como uma segunda pele naquele homem que ela amava.
— Eu sei. Só... só mais um segundo. — Ele a puxou para um beijo leve, como se aquele br