Lucia não conseguia tirar os olhos da fotografia. As bordas amareladas, a caligrafia em francês no verso, o sorriso de Vittorio — seu pai — e o olhar penetrante de uma jovem Amara. Era como encarar um fantasma de um passado que ela nunca soube existir.
— Vittorio e Amara? — repetiu Serena em voz baixa, como se dizer aquilo em voz alta desse vida ao absurdo.
Lucia assentiu lentamente, ainda processando a imagem. Sua mente se movia em direções diferentes, tentando encaixar aquela nova informação numa linha do tempo já fraturada.
— Isso muda tudo o que sabemos sobre ela — murmurou. — O ódio dela por mim… por nós… talvez nunca tenha sido só sobre poder. Talvez tenha sido pessoal desde o começo.
Serena pegou a foto com cuidado, os olhos analisando cada detalhe.
— Eles parecem… próximos.
— Demais — disse Lucia, com a voz seca.
—
No dia seguinte, Lucia convocou uma reunião com Adriana, a Viúva, e com Matteo, o conselheiro responsável pelo arquivo histórico da Casa. A foto agora repousava sob