O sol da manhã invadia os vitrais da Casa Mancini com um brilho dourado, mas havia algo desconcertante no ar. Como se, mesmo após a rendição de Amara, as paredes ainda carregassem a tensão dos dias anteriores. Não havia risos, nem alívio total. Apenas silêncio. Um silêncio que gritava.
Lucia encarava o espelho em seu quarto, ajustando a camisa preta, o cabelo preso em um coque preciso. As olheiras sob seus olhos não eram de insônia, mas de vigília — o tipo de cansaço que só quem carrega um legado conhece.
Na mesa, uma carta não aberta.
O selo de cera vermelho com o emblema da rosa negra ainda intacto.
Ela não precisava ler. Já sabia.
Amara havia sido levada para uma cela isolada nos porões da casa. Sob vigilância total. Mas o que vinha a seguir era pior do que a guerra: era decidir o que fazer com ela. E com todo o resto.
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No salão principal, Adriana — a Viúva — aguardava, imponente como sempre, os olhos atentos à movimentação dos conselheiros. Eles sussurravam, discutiam em grupos d