Lucia caminhava pelo corredor de pedra até a antiga capela da propriedade.
Ali, onde Giulia rezava em silêncio nos dias de desespero, agora havia apenas poeira, ecos e… a Viúva.
Ela estava sentada no último banco, de véu preto e olhos de tempestade.
— Sabia que você viria — disse, sem virar o rosto.
— E por que está aqui?
A Viúva soltou um leve riso.
— Porque a última Mancini viva precisa ouvir o que a morta nunca teve coragem de dizer.
Lucia se aproximou devagar.
— Giulia?
A mulher tirou de dentro da bolsa de linho um envelope selado com cera.
— Escrito antes de morrer.
Guardado por anos.
E entregue somente quando o fogo e a guerra se misturassem na mesma mulher.
Lucia segurou o envelope com mãos trêmulas.
A cera trazia o símbolo da rosa negra — o emblema pessoal de Giulia, usado apenas em missões secretas da família.
Abriu.
E leu.
“Se esta carta chegou até você, então meu silêncio me condenou.
Mas eu precisava te contar…
Você não nasceu como herdeira.
Você foi escolhida.”
Lucia cong