A lareira estalava, lançando sombras dançantes sobre as paredes antigas da casa de Elena.
Lucia ainda não sabia como processar tudo:
a avó viva, o olhar tão semelhante ao da mãe, e aquele silêncio cheio de passado.
— Achei que você estivesse morta — disse Lucia, a voz embargada.
— Eu estive — respondeu Elena, servindo chá.
— Só que em vida. Giulia me apagou dos registros. Tentou me matar. Cesare me poupou… mas não por bondade. Por conveniência.
— Ele… sabia?
— Sempre soube onde eu estava.
Era a forma dele manter Giulia sob rédeas curtas.
Mas ninguém controla uma mulher como sua tia por muito tempo.
Lucia sentou devagar, sentindo o chão do mundo se mover sob seus pés.
— Por que está me recebendo agora?
Elena a encarou com um olhar firme e profundo.
— Porque você chegou até mim.
E isso muda tudo.
Significa que está pronta pra saber.
— Saber o quê?
— O motivo pelo qual sua mãe morreu.
O motivo pelo qual Giulia te entregou pra Serena.
E o motivo pelo qual Cesare…
nunca tentou te criar.
Lu