A madrugada avançava, mas Serena não dormia.
O diário de Giulia estava aberto sobre a mesa, com marcações feitas à caneta vermelha.
Ela voltava sempre à mesma página.
Aquela que dizia:
“Ela também amou Cesare.
E perdeu tudo.”
Elena.
A mulher da foto.
O rosto que Serena reconheceu, mas que não deveria estar ali.
Ela saiu do escritório e caminhou em silêncio pelos corredores escuros da mansão.
Quando chegou ao antigo quarto de Giulia, trancado desde sua morte, abriu com a chave que jurou nunca mais usar.
O cheiro de perfume doce e veneno velho ainda pairava no ar.
Em uma caixa escondida atrás de livros, encontrou uma carta com o selo Morelli.
Leu, e o sangue gelou.
“Elena não morreu.
Giulia mentiu.
Pagou para que fosse apagada…
mas o corpo nunca foi encontrado.
Se alguém descobrir, tudo desmorona.”
Serena sentou na cama.
As mãos trêmulas.
E uma única certeza:
Elena pode estar viva.
E se estiver… Cesare já a encontrou.
—
No café da manhã, Lucia sentou à mesa com olhos fundos.
— Não dormi