Serena vestia preto.
Camisa de linho, casaco justo, e os olhos de quem acordou com mais perguntas do que horas dormidas.
Ela sabia que Elena escondia mais do que dissera.
E sabia, com a mesma certeza com que sabia atirar, que o nome “Vieri” era a chave para um passado que ninguém deveria abrir.
Mas ia abrir.
Com as duas mãos.
— Adriana — disse ao telefone. — Organize minha ida para Verona.
Preciso falar com Dario Vieri.
Adriana demorou um segundo.
— O mesmo Dario que tentou matar você?
— O mesmo Dario que deve tudo o que é a mim.
E que vai me dever respostas.
—
Enquanto isso, Lucia sonhava.
Mas não era um sonho comum.
Era uma memória que ela nunca viveu.
Via uma mulher — alta, elegante, de olhos de fogo.
Elena.
Mais jovem.
Mais cruel.
Estava em um salão antigo, diante de uma criança nos braços de Giulia.
— Ela não pode ficar com a criança, Elena! — dizia Giulia. — Ele vai atrás dela!
— Então esconda.
Crie a menina no meio do inimigo, se for preciso.
Mas se ela crescer…
ela vai ter que