Serena olhava fixamente a tela congelada do vídeo.
Lucia no jardim.
A sombra por trás das árvores.
Chiara.
Ela não precisava ver o rosto.
Não precisava ouvir a voz.
A presença era clara como o gosto de medo.
— Isso muda tudo — disse Adriana, tensa.
— Isso só confirma o que eu já sentia.
Ela não foi embora.
Ela nunca foi.
Dante apareceu, a expressão sombria.
— Precisamos reforçar o perímetro.
— Já está sendo feito — disse Serena.
Mas, por dentro, ela sabia que muros e câmeras não bastavam.
Chiara não queria entrar como inimiga.
Ela queria ser lembrada.
Queria ser amada.
Queria ser mãe.
E esse era o golpe mais perigoso de todos.
—
Lucia passou a manhã seguinte trancada no quarto.
Lia os bilhetes deixados por Serena, os livros escolhidos por Adriana, as flores colhidas por Enrico no jardim.
Tudo parecia feito para distraí-la.
Mas nada conseguia apagar o eco de uma presença que ela não viu, mas sentiu.
Ela esperou Adriana sair para o banho e ligou o celular secreto que havia encontrado na