O amanhecer chegou em silêncio.
Serena se vestiu como quem se prepara pra batalha — blazer preto justo, cabelos presos com elegância, salto firme.
Dante a observava da porta.
Não disse nada.
Porque sabia: hoje ela era intocável.
—
Na sede do jornal La Voce, os repórteres aguardavam sem saber o motivo da convocação.
Quando Serena Morelli apareceu, todas as câmeras se voltaram.
Pela primeira vez, uma mulher da linhagem mafiosa não entrava em silêncio — entrava falando.
Ela respirou fundo diante dos microfones.
— Boa tarde.
Meu nome é Serena di Ravello Morelli.
E chegou a hora de parar de sobreviver calada.
—
As primeiras palavras foram cortantes, precisas.
Ela falou sobre manipulação.
Sobre alianças baseadas em medo.
Sobre famílias inteiras ameaçadas por uma mulher que se dizia herdeira de um império — mas agia como uma ditadora.
Falou de Giulia.
De seus jogos.
Dos ataques disfarçados de política.
Da invasão.
Dos corpos.
Mas foi quando ela tirou o envelope pardo que o silêncio ficou abs