Lorenzo me guiou através do salão, um farol de calma em um mar de olhares calculistas. Nossos passos ecoaram no mármore polido, cada clique do meu salto uma batida de tambor em direção ao epicentro do poder de Dante. Ele estava perto da lareira monumental, cercado por um pequeno círculo, mas um homem se destacava.
Era impossível não vê-lo. Shoji. O quarto irmão. Seu cabelo era uma cortina de vermelho fogo, um violento contraste com a palidez de sua pele. Piercings do tipo snake bites adornavam seu lábio inferior, dando a impressão de presas permanentes. Tatuagens intrincadas, que pareciam contar histórias de dragões e demônios, subiam por seu pescoço e desapareciam sob as mangas de seu casaco. Ele era uma figura de caos contido, mas seus olhos escuros, no momento, estavam fixos em Dante com uma atenção quase febril. Dante nos viu se aproximar. Seu sorriso era uma fenda de lobo, cheia de dentes. — Ah, finalmente! Minha filha predileta — an