As paredes da Casa do Lago pareciam se fechar sobre mim, cada porta um olho julgador, cada sombra um sussurro da minha própria loucura.
Eu tinha que sair dali! Meus pés me levaram para fora antes que minha mente pudesse processar. A porta principal se fechou atrás de mim com um baque surdo, mas o ar livre não trouxe alívio. O céu cinzento parecia tão opressor quanto o teto da biblioteca. A floresta, outrora meu refúgio, agora parecia um cúmplice silencioso do que eu quase tinha feito. Caminhei. Não para lugar nenhum. Apenas para longe. Os galhos arranhavam meus braços como dedos ossudos, tentando me deter. Minha respiração começou a falhar, saindo em arquejos curtos e rasos. O mundo girava ao meu redor, uma mancha verde e marrom vertiginosa. Quase matei ele. Quase apertei até não restar mais ar. Quase apaguei aqueles olhos para sempre. A culpa foi um grito surdo dentro do meu crânio. A raiva que eu tinha sentido—raiva por ter si