A pressão dos dedos de Elysa no meu pescoço era um colar de ferro. Seus olhos violeta não piscavam. Ela queria a verdade. Toda ela.
— Nós estávamos indo pela estrada principal — a voz saiu áspera, cada palavra um esforço contra o aperto. — O caminho era longo, monótono. Ricardo estava dirigindo o caminhão com o Cadillac. Eu seguia na minha moto. Fechei os olhos, deixando a memória me levar. O zumbido do motor entre minhas pernas, o vento cortante no rosto, a poeira da estrada de terra. — Ele parou o caminhão de repente, na beira de um desvio que eu nem tinha visto. Uma estradinha de terra, mal aberta, sumindo na mata fechada. — Abri os olhos, encarando Elysa. — Ele disse: ‘Por aqui é mais rápido. Confia em mim, Ryan, eu sei o caminho.’ O rosto dela estava impávido, mas eu vi um músculo saltar em sua mandíbula. Ela conhecia aquelas estradas. — Eu confiei. Era meu amigo. — A palavra ‘amigo’ soou amarga na minha