Ergui-me, minhas pernas ainda fracas, mas determinadas. Dobrei o lenço com cuidado e enfiei-o no bolso do meu vestido. Não era uma bandeira branca. Era um lembrete. Um lembrete de que até mesmo em linhagens sombrias, podia existir cuidado. Podia existir gentileza.
Minha zona de conforto não existia mais. Eu a tinha incendiado ao parar os comprimidos, ao trazer Leo para casa, ao enfrentar Dante. A garota assustada que vivia à sombra do chalé, anestesiada por antidepressivos e isolamento, estava morta. Em seu lugar, havia… isto. Esta mulher esfacelada, cheia de raiva e medo e uma centelha de algo que eu não ousava nomear. Agora, eu estava no vazio entre dois mundos. Não era mais a filha submissa de Dante, mas também não era a herdeira confiante que Virgílio parecia ver. Era uma estranha em ambos. Uma impostora na minha própria vida. E era aterrador. Mas era também… meu. Esta dor, esta confusão, esta fúria latente – eram minhas. Eu as havia escolhido, c