A sensação de segurança nos braços do meu avô foi tão avassaladora que, por um instante, permiti que todas as defesas ruíssem. Senti-me uma criança novamente, escondendo-me do mundo e dos seus horrores no único porto seguro que sempre conheci.
Mas eu não era mais uma criança. Era a Matriarca. E a minha família, a minha verdadeira família, estava ali, à nossa volta, expectante. Com um último suspiro de alívio contra o fraque impecável dele, afastei-me, erguendo a cabeça. A máscara de osso estava firme no meu rosto. Meus olhos violeta, ainda úmidos, percorreram o semicírculo de sombras silenciosas. Agora, com a luz da lua cheia banhando o salão, eu podia vê-los claramente. Meu sangue reconhecia o sangue deles antes mesmo de meus olhos identificarem cada rosto. Meu olhar pousou primeiro na figura mais próxima, uma mulher esguia e imponente como uma lâmina. Seu vestido preto tubinho era a simplicidade feita elegância mortal, e sobre seu ro