Meus pulmões queimavam, cada arranque de ar era uma facada no peito. O som dos meus passos era um tambor frenético ecoando na câmara circular, mas era abafado por outro som – o suave arrastar de seda pesada e o click metálico e casual do metal do machado contra o chão de pedra. Ela não corria. Ela flutuava, uma aparição negra e inexorável, cortando o caminho através dos cânions de arquivos, sempre à minha frente, sempre mais perto.
A realidade daquela visão – Elysa, o vestido, a máscara, o machado – era um choque tão profundo que quase me paralisou. Quase. O instinto de sobrevivência, mais forte que o amor, mais forte que a razão, mantinha minhas pernas se movendo. Eu me joguei para a esquerda, dobrando uma esquina formada por uma pilha de caixas podres, esperando me esconder. E lá estava ela. Não do outro lado do labirinto. Não à minha frente. Ela estava simplesmente lá, parada, como se sempre tivesse estado naquele exato ponto, bloquean