O calor dela tremia contra mim. Pressionada contra a parede fria, Elysa era um contraste violento: medo palpável nos olhos dilatados, mas uma corrente subterrânea de algo mais – atração, desafio, a própria essência que me puxava como um abismo – pulsando sob a pele. Meu corpo era uma âncora, minha mão no seu queixo um ponto de contato inegável. As palavras que eu vomitara – te amo, vou provar, pertenço aqui – ainda ecoavam na sala silenciosa, pesadas como pedras. Ela não acreditava. Como poderia? Eu era um fantasma em minha própria pele.
— Você sabe o que está pedindo? — A voz dela saiu rouca, quebrada, mas não fraca. Um fio de aço na fragilidade. Os olhos, tão escuros quanto os do pai mas infinitamente mais complexos, perfuravam os meus. — Entregar-se a isto? A esta casa? A mim? Saber o que isso significa?
Sabia? O passado era um vazio negro, mas o presente era uma chama queimando em meu peito, alimentada por ela. Cada dúvida, cada medo, cada lampejo de