O rabecão do meu pai estacionado na frente da mansão era um aviso tão sinistro quanto as manchas de sangue na clareira. Meu coração saltou para a garganta, gelado. “Por favor, esteja vazio…” Rezei em silêncio, os olhos fixos na parte traseira fechada do veículo funerário enquanto Leo estacionava a moto. Ele parecia absorto, talvez ainda sentindo a adrenalina da pilotagem ou o eco da descoberta macabra, mas ao ver minha palidez, seu olhar avermelhado se fixou em mim, questionador.
— É o carro do meu pai — sussurrei, a voz trêmula.
Ele apenas acenou com a cabeça, o rosto fechando-se numa máscara de cautela. Seguimos os passos apressados até a entrada. O silêncio dentro de casa era mais pesado que o da floresta, carregado de uma expectativa ruim. O cheiro nos guiou: o odor metálico e rico de carne fresca, cortada recentemente, emanava da cozinha.
Lá o encontramos. Meu pai, com as mangas da camisa social cuidadosamente arregaç