O quarto onde Svetlana estava sendo mantida era pequeno, mas decorado com um luxo sóbrio que apenas acentuava a ironia da sua situação. As cortinas, de um branco impecável, contrastavam com a prisão que representavam, e a janela, protegida por grades de ferro forjado, deixava passar uma luz tênue que mal suavizava a frieza da madrugada em Gambarie d’Aspromonte. De lá, avistava-se uma paisagem montanhosa coberta de névoa — um lembrete cruel da liberdade que lhe havia sido arrancada.
Svetlana andava de um lado para o outro, os braços cruzados com força, tentando conter a tempestade que rugia dentro dela. Parou diante da cama — um móvel elegante demais para alguém tratado como simples refém — e se deixou cair sobre o colchão. A vontade de chorar a sufocava, mas ela não podia ceder; cada lágrima seria uma concessão aos seus captores, um sinal de fraqueza que se recusava a mostrar.
O rangido metálico da fechadura a arrancou de seus pensamentos. A porta se abriu lentamente, revelando uma si