O amanhecer mal insinuava sua chegada com um brilho tímido e acinzentado no horizonte. O frio cortava com força, impregnando o ar com uma umidade que penetrava até os ossos. Olivia caminhava pelo longo corredor da villa Bellandi, sua silhueta miúda envolta em um casaco que parecia insuficiente para protegê-la da atmosfera gelada. Seu rosto estava pálido, os olhos avermelhados, como se não tivesse pregado os olhos durante toda a noite.
Ao cruzar o limiar que dava para o pátio interno, o golpe do vento gélido a fez estremecer. Lá, aos pés de uma fonte de mármore salpicada de geada, estava Dante Bellandi. Sua figura alta e imponente destacava-se contra a penumbra do ambiente. Vestia um sobretudo preto de corte impecável, que lhe conferia um ar ainda mais intimidador, e sua postura ereta transmitia uma combinação de controle absoluto e perigo latente.
—Don Bellandi, buongiorno —cumprimentou Olivia, com um fio de voz, inclinando levemente a cabeça em sinal de respeito.
—Buongiorno, Olivia