A neve caía lenta e silenciosamente sobre Moscou, cobrindo as ruas com um manto branco e traiçoeiro. O ar estava impregnado pelo cheiro de umidade, tabaco e gasolina, e a névoa era espessa. Alexei Ivanov apertou os punhos dentro dos bolsos do sobretudo preto enquanto caminhava em direção ao cais abandonado onde haviam marcado o encontro.
O gelo estalou sob seus sapatos quando parou diante da figura que o aguardava nas sombras. O vento assobiava entre os contêineres de carga, trazendo consigo um eco distante de sirenes e o murmúrio de uma cidade que nunca dorme.
— Uma semana — sua voz falhou levemente, mas a mandíbula tensa e a sombra em seu olhar deixavam claro que o desespero o consumia por dentro —. Já se passaram sete dias e não há sinal da minha filha.
O homem à sua frente não respondeu de imediato. Envolto em um longo casaco, as mãos enluvadas repousavam sobre a bengala que segurava com a elegância de quem não precisa provar seu poder. O rosto permanecia na penumbra, apenas visív