O rugido baixo e constante dos motores envolvia a cabine do jato particular enquanto cortavam o céu rumo a Aspromonte. Dante estava recostado em sua poltrona de couro preto, os cotovelos apoiados nos braços da cadeira e os dedos entrelaçados diante da boca. A tensão pesava sobre seus ombros como uma pedra, e embora mantivesse o olhar fixo na janela, na verdade, não via nada.
Quis voltar no dia seguinte, mas os assuntos pendentes o obrigaram a permanecer em Milão mais do que o previsto. Dias intermináveis em que mal teve um instante de descanso, em que cada hora era marcada por tensão e decisões que não podiam ser adiadas. Não houve tempo para sentir saudade de Svetlana… ou ao menos foi nisso que tentou acreditar. No entanto, todas as madrugadas, nos breves instantes antes de sucumbir ao cansaço absoluto, a lembrança dela o invadia com uma força inesperada.
Milão deixara um gosto amargo. Não conseguiu descansar nem por um segundo, e a responsabilidade de recuperar o corpo de Franco ape