Eu saí da biblioteca com o coração no ritmo estranho de quem não sabe se está prestes a perder algo ou a reinventar tudo.
O ar noturno de Londres estava úmido, cheirando a chuva e terra.
Carros passavam distantes, luzes refletiam em poças, e eu senti — pela primeira vez em muito tempo — que não estava caminhando para alguém.
Estava caminhando para mim.
Continuei até a rua principal, respirando o frio como se ele fosse uma verdade que eu precisava ingerir.
A cidade parecia menor do que a confusão dentro de mim; os sons abafados, as pessoas apressadas, a pressa dos outros — tudo distante.
Às vezes, o mundo parece construído para manter as pessoas ocupadas com coisas menores do que sua própria vida.
Hoje, eu estava em guerra com isso.
De repente, meus passos desaceleraram.
Alguém estava atrás de mim.
Não perto demais, não perto o suficiente — mas com a precisão da presença de quem conhece o silêncio como arma.
Três passos.
Pausa.
Três passos.
Nova pausa.
Alguém que não perseguia — apenas