Eu sempre achei que decisões importantes aconteciam com gritos, lágrimas, anúncios dramáticos.
Mas na manhã seguinte, a minha decisão nasceu no silêncio.
O tipo de silêncio que pesa na boca antes do café, que raspa a garganta antes da primeira palavra do dia.
De um lado, Thomas, esperando às 18h — com uma promessa de verdade e uma ameaça de desmoronamento.
De outro, 17h30, a Galeria Lowland e a mensagem anônima — um convite para ver "o resto".
Eu não era mais a garota que apenas reagia ao desconhecido.
Agora, eu caminhava em direção a ele.
Cheguei à galeria 17h32. Deliberadamente dois minutos atrasada — para não parecer pedida, mas também não indiferente.
A Lowland era branca demais, limpa demais, com cheiro de verniz novo e dinheiro velho.
Uma mulher de blazer preto me recebeu sem expressão:
— Sarah Hastings?
Assenti.
— Ele está no salão interno. Pode entrar.
Ele.
Evelyn? Marcus? Outro fantasma?
Não importava: eu andava com as costas eretas, como quem carrega uma coroa que ainda não