Duas vidas opostas unidas por apenas um papel, e uma sala vermelha repleta de caos e prazer, a maldita sala 12. Uma mulher obstinada, forte e corajosa e disposta a fazer o que é preciso para cuidar daqueles que ama, mas que guarda segredos e feridas grandes demais para um coração. Dizem que por detrás de toda muralha, sempre há alguém vulnerável e machucado, pedindo por socorro! Um cafajeste, sem coração, disposto a lutar pelos seus sonhos mesmo que tenha que enfrentar os clichês de uma vida de herdeiro. O homem que não se lembra ao menos do nome das mulheres que dorme, mas disposto a fazer o impensável por uma desconhecida. Dizem que por detrás de um grande crápula, há sempre um coração quebrado, perdido, ansiando por alguém que possa ajudá-lo! Quem salva quem? Um CEO e sua Secretária que vivem um amor proibido aos olhos da sociedade. Dois atores que se odeiam unidos por um papel. Um milionário e uma estripper entrelaçados pela sala 12. Até onde o destino pode cruzar as histórias? E em quais delas pode finalmente haver um final feliz para vidas tão opostas?
Leer más______________________________________________________RICK
— Alicia, querida. Que tal começarmos a ensaiar as cenas dos beijos? Você sabe, pelo bem da química... — Falei encarando a loira de olhos azuis á minha frente.
— A gente pode ensaiar isso mais tarde... — Alicia falou piscando para mim.
— Vocês ainda estão no set. — Jack apareceu em meu campo de visão me tirando dos meus devaneios imorais.
— E o que você está fazendo aqui? — Encarei um dos meus melhores amigos vestido num terninho sofisticado á minha frente.
— Vim te buscar porque sei que se eu não fizesse, você iria parar na cama de uma das suas colegas de trabalho. — Ele falou assoviando ao final.
— Não seria uma má idéia, não acha? — Falei com uma piscadela e um sorriso maligno, pensando que dessa vez poderia ter sido na da Alicia que nos deixou a sós logo que o Jack chegou, os dois se odeiam. Em outra vida, eu diria ser amor.
— Ah Rick, você não muda? — Ele me encarou arqueando uma das sobrancelhas.
— Para quê? Me sinto tão bem assim. — Falei afrouxando o nó da gravata. A m*****a gravata que eu tinha que usar por estar no set em que interpreto um CEO malvadão, só gosto particularmente das partes em que sou o malvadão, porque ai sou eu mesmo.
— Você já está livre? — Ele perguntou revirando os olhos. — Não podemos nos atrasar, precisamos passar para pegar o Dylan às 22h30min.
— Eu nunca vi despedida de solteiro tão cedo. Tinha que ser as 00h00min. Porque é neste horário que as coisas começam a ficarem mais divertidas. — Falei resmungando.
— Nem todo mundo é pervertido como você, na verdade, acho que ninguém é tão pervertido quanto você. — Ele riu.
— Calunias, meu caro amigo, calunias. — Falei com um sorriso de canto.
Seguimos para o meu camarim móvel.
— E então, como vai o filme? — Jack perguntou se jogando no pequeno sofá enquanto eu retirava o terno.
— Estamos no começo então não dá para dizer muita coisa. Tudo que eu sei é que sou um malvado CEO que se apaixona pela secretária, um clichê como vários outros. — Falei suspirando. — Mas eu não posso recusar. Primeiro porque não quero voltar a trabalhar com meu pai e esse papel é uma guinada importante para a minha carreira. Você sabe, ou eu consigo, ou terei que voltar para a empresa, foi o acordo. A única parte boa é que vou poder beijar a Alicia incontáveis vezes. — Sorri maliciosamente.
— Você não presta. — Meu amigo gargalhou. — Não acho que trabalhar com seu pai seja tão torturador assim, até porque você é filho de um milionário e foi graças a suas miseras quatro horas de trabalho como CEO na empresa dele que você conseguiu esse papel.
— Não, eu ganhei o papel graças a uma das universidades mais renomadas do país, aonde estudei pra cacete para merecer ser ator, ter experiência na área do meu personagem é um detalhe. E ser CEO é uma tortura, além de totalmente contrário ao que quero pra mim. E outra, suportar o meu pai já é demais, até mesmo por apenas quatro horas. — Reclamei.
— Você não acha que é dramático demais para um playboy, querido Rick? — Jack perguntou.
— Não, não acho. — Debochei entrando no meu banheiro improvisado. Onde uma pequena porta de madeira tapa metade da visão do meu corpo nu. Joguei a calça e cueca por cima da porta e liguei o chuveiro.
_______________________________________________JILEAN
— Vamos Agnes! — Falei pegando minha bolsa e procurando por minhas chaves no balcão da cozinha.
— Já vou, estou indo. Vou pegar a Edith. — A menina disse correndo até o quarto e pegando sua boneca.
— Estou atrasada, querida. — Gritei já chegando até a porta.
— Estou aqui. — A menina apareceu á minha frente.
Saímos do apartamento a passos rápidos. O maldito elevador estava quebrado novamente, descemos as escadas ás pressas até o andar debaixo e Agnes esperou pacientemente enquanto eu batia no 402.
— Oi. Desculpe, ela estava pegando a Edith. — Falei exasperada.
— Oi meu bem. — Uma senhora apareceu na porta. — Fiz cupcake para você. — Falou se direcionando a menina.
— Oi titia. — Agnes falou abraçando a senhora.
— Muito obrigada mesmo Van, prometo que vou te compensar na semana que vem. — Falei beijando sua testa e agora me abaixando para abraçar a Agnes. — Por favor, seja uma garotinha obediente e divertida até eu chegar, ok?
— Pode deixar. — A menina falou com um largo sorriso enquanto irrompia sala adentro do apartamento.
— Se cuida, juízo! — Van falou me encarando com um olhar compreensivo.
— Pode deixar. — Sorri respirando fundo. — Prometo que chego o mais rápido que eu puder.
— Tudo bem. — Ela assentiu e com uma piscadela e um sorriso amoroso, fechou a porta me deixando sozinha e apressada num corredor vazio às 22h00min.
Andei rapidamente pela via não muito movimentada até chegar ao metrô, eu tinha que estar na For You antes das 23h00min. Se o metrô não atrasasse, eu conseguiria.
∞
— Nyx? — Uma das recepcionistas me chamou entrando no camarim.
— Sim? — Respondi enquanto penteava minha peruca de longos cabelos negros lisos que caiam sobre minhas costas e chegavam até minha cintura.
— Está na hora, os rapazes já estão esperando. — A mulher advertiu.
— Vip? — Perguntei passando o batom vinho.
— Sala 12. — A recepcionista respondeu logo após fechando a porta e me deixando sozinha.
Peguei minha máscara na bolsa e fui até o enorme espelho. Encarei-me da cabeça aos pés, a roupa preparada foi uma personificação de um vestido de casamento sexy. Era um pequeno vestidinho só que na cor preta. Na parte do busto era composto por um espartilho que avolumava meus seios, da cintura para baixo era rodadinho deixando á mostra somente a poupa da minha bunda coberta por uma calcinha de couro preta, a meia calça também acentuava com todo o look dando um toque sensual, minhas mãos estavam guardadas por luvas que seguiam até o cotovelo. Coloquei minha mascara preta feita de couro que cobria apenas a parte dos meus olhos castanhos claros e calcei meu salto quinze de bico fino também na cor preta. Saí do camarim indo diretamente para o corredor que dava na parte de trás do palco da sala 12. Tudo que eu sabia é que era uma despedida de solteiro e por isso haviam contratado uma stripper para uma apresentação. Fui chamada de ultima hora já que hoje era um dos meus dias de folga, motivo: a contratada descobriu que estava grávida na manhã daquele dia e pediu demissão. Antes de entrar no palco, apertei o produtor de fumaça – botão que inala fumaça na sala para dar mais adrenalina a apresentação – chamando atenção dos rapazes á minha espera. Respirei fundo e ajeitei a postura. A Nyx estava pronta.
— É bom que você tenha aceitado me encontrar, eu sabia que poderíamos conversar de forma amigável. — Ana falou sentada á frente do homem branco de olhos azuis e cabelos grisalhos.— Sim, Senhorita Ana. Acredito que precisávamos dessa conversa mediante a ação que tem movido contra o meu filho. — O homem falou bebendo um gole do vinho em sua taça.— Não, não me entenda mal. Não estou movendo uma ação contra o seu filho. É apenas pela guarda da menina, que venhamos e convenhamos é benéfico para ambas as partes já que por todos estes anos ela viveu com a mãe sem dar trabalho algum para vocês. — Ana falou.— Mas eu gostaria de conviver com a minha neta, poder vê-la algumas vezes... Meu filho também tem direitos, se é que me entende. — O homem assentiu, umedecendo os lábios.— Claro, falando em direitos... Seu filho está respondendo em liberdade por tentativa de homicídio, lesão corporal e violência domestica. Correto?— Sim, mas isso já está sendo resolvido. — O homem disse. — Meu filho fo
_______________________________________________JILEANTomamos um banho e apesar da provocação safada do Rick, apenas um banho. Logo dei um banho na Agnes e a arrumei enquanto o Rick preparava algo para comermos na volta. Meu coração estava acelerado e a todo o momento eu tentava não pensar no passado. Estava tudo indo muito bem, as gravações estavam intensas agora, e a sensação que eu tinha é que de fato minha vida estava indo para algum lugar, porque embora eu não tivesse minha mãe ao meu lado e falasse com a Van pelo menos uma vez por semana, eu tinha o emprego dos meus sonhos e uma família maravilhosa...Logo estávamos estacionando na praça e a Agnes descera correndo com o Jack em seu encalço, avistei o Ravi sentado num dos bancos e respirei fundo.— Vai dar certo, como deu das ultimas vezes. — Rick falou me dando um selinho antes de descermos do carro.Descemos e seguimos até Ravi que se levantou quando nos avistou. Agnes foi até o pai relutante, não havia alegria ou entusiasmo em
_______________________________________________JILEAN Quando caímos na cama soados, ofegantes, arranhados e vermelhos. Nada mais parecia existir para nós dois, além de nós dois. Eu o encarei e sorri. Ele inclinou seu corpo sobre o meu. — Então, Lucy Jilean... Acho que resolvemos o problema dos lençóis. — Ele provocou. — Para quem não lembra o nome das mulheres que transa, você conseguiu lembrar de dois. — Devolvi estreitando os olhos para ele. — Eu não amava nenhuma delas. — Ele disse baixando, seu sorriso sincero se abrindo de forma lenta, constatando a veracidade daquela frase, fazendo meu coração disparar em resposta. — E eu amo você. — Alarick... — Sussurrei sentindo como se tudo dentro de mim estivesse em movimento. — Não é uma pergunta e não precisa de uma resposta. — Ele sussurrou depositando selinhos em meus lábios. — Eu também amo você... — Sorri. Um sorriso sincero e emocionado. Porque dentro de mim, tudo estava em constante movimento, mas embora fossemos um caos, dent
_______________________________________________JILEAN Estávamos nas intensivas, gravávamos dia e noite sem parar. Jack contratara uma babá e se certificara de que ela tinha porte de arma e defesa pessoal no currículo. Eu não estava completamente satisfeita e meu coração por muitas vezes ficava em pedacinho por ver que estávamos tendo pouco tempo para ficarmos juntas e em alguns momentos eu sentia que iria surtar de preocupação... Mas era um bom começo para me sentir segura novamente. Para acreditar que eu poderia ter uma vida e me convencer de que o Ravi já não tinha mais poder algum sobre tudo o que eu construí. Às vezes eu tinha algumas crises de ansiedade e sentia que a qualquer momento ele poderia tirar tudo de mim, mas então eu encarava uma Agnes apaixonada por homens incríveis que a rodeava de presença e amor, e simplesmente passava. Era mais fácil respirar com eles. A manhã tinha sido de intensa gravação, e a tarde estaríamos livres. Metade do filme já fora e estávamos nas ret
________________________________________________RICK É engraçado como julgamos ter total controle de nossas vidas... Eu julguei estar no ápice da minha vida. Afirmei com todas as palavras que nunca teria uma família, e agora eu estava aqui, meses depois, vendo Lucy Jilean encantar todos os meus amigos, num jantar que ela preparou para recepcioná-los, no apartamento que fora meu e que agora era nosso. E minha mãe estava no meio deles. Agindo como uma completa adolescente, rindo feito boba e relembrando nossas mais loucas experiências quando ainda parecíamos família. Era inacreditável. Jill estava sorrindo. Agnes estava no colo de Jack. Minha mãe falava empolgada sobre alguma coisa com a Bell. Jack e Dylan estavam falando sobre algo em paralelo também. E eu não escutei nada do que nenhum deles disseram porque estava muito preocupado em gravar aqueles rostos e aquele momento. Eu nunca estive tão completo. Nunca me senti tão feliz. Mas por alguns segundos senti algo tomar meu coração. In
________________________________________________RICKBalancei a cabeça negativamente.— Você disse alguma coisa que tenha o ofendido e o tirado do sério? — Ela riu.— Não é possível... — Jack balançou a cabeça negativamente.— Não? Eles alegaram que eu o agredi primeiro quando estava apenas tentando fechar a porta da minha casa para que ele não entrasse. Quando aleguei que ele me estuprava, sabe o que disseram? Mas vocês moravam juntos. E quando eu aleguei que dizia claramente que estava desconfortável por conta da gestação e que não queria e ainda assim ele continuava, me perguntaram: Mas você pediu para que ele parasse? O Ravi me batia, o que eu receberia se pedisse pra ele parar? Eles ignoraram essa ultima pergunta. Alegaram que as agressões se deram por conta de um transtorno mental que poderia ser controlado com terapia e remédios. Me digam... Dez passos de distancia impedem que ele atire em mim com uma arma? Sabe quanto tempo demora para ele dar dez passos e me machucar novament
Último capítulo