Capítulo 02

_________________________________________________RICK

— Não tinha um lugar melhor? — Falei ao ouvido de Jack quando ultrapassamos a porta da For You.

— É uma das melhores casas de strip da cidade, cara! — Jack respondeu.

— Imagine as outras... — Resmunguei. — Então meu amigo Dylan, está ansioso para a sua noite num bordel? — Falei passando o braço ao redor do pescoço do meu outro melhor amigo.

— Eu não consigo acreditar que vocês estão fazendo isso comigo! — Dylan falou com uma carranca de chateação no rosto.

— Não ligamos para a sua opinião, não hoje! — Jack falou batendo no ombro dele.

— Ah tire essa carranca, você nunca mais verá outras mulheres gostosas na vida. Isso se for um santo né. — Falei o encarando. — Precisa aproveitar a noite já que só te veremos agora no dia do seu casamento

— Você é um demônio, sabia? — Ele falou em tom dramático.

— Se demônios forem tão sinceros quanto eu. — Falei com um sorriso malicioso no rosto.

Adentramos o local, e para a minha indignação, era até muito charmoso! Todo o ambiente era nutrido por luzes intensas, o local era dividido por salas, cada sala continha sofás de couro preto espaçosos para os clientes se acomodarem com suas atrações Vips. Após as salas vips vinha o bar central, um enorme espaço com mesas e cadeiras e á frente um palco em T com barras apropriadas para pole dance. Visualizei todo o local com certa desconfiança, não gosto muito de ir á lugares que não conheço, principalmente casas de strip, prezo pela descrição... Mesmo que minha reputação já seja escancarada e me preceda.

O Dylan se casaria em um mês, mas por conta de uma viagem de negócios em que ele só retornaria no dia do seu casamento, não seria possível fazer uma despedida adequada.

— Olá, alugamos a sala 12. — Falei com uma das recepcionistas.

— Me acompanhem, por favor. — A morena nos abriu um sorriso sexy e nos guiou até a nossa sala.

Eu e meus amigos nos acomodamos no sofá preto e esperamos pela nossa apresentação paga enquanto um garçom nos trazia bebidas e mais bebidas. Pelo preço, eu realmente esperava que valesse a pena.

Estávamos distraídos conversando quando a fumaça nublou todo o ambiente, abaixei meu copo de Uísque voltando minha atenção para o palco assim como os meus dois amigos sentados ao meu lado, então uma musica sensual começou a tocar e eu pensei: Que comece o Show... Mal sabia eu. Ela entrou. Como uma dama da noite, com seus longos cabelos negros até a cintura e vestidinho de noiva, a noiva mais sexy que eu já vi em toda a minha vida. Mas acredito que essa tenha sido a intenção! Quando ela chegou até a frente do palco e colocou as mãos na barra, meus olhos não migraram mais para lugar nenhum além dela. A stripper parecia ser feita para aquela barra e aquela barra exclusivamente para ela, cada passo de dança me causava uma sensação inebriante. Não era sexy. Era sensual, erótico, nada pornô. Eu me vi torcendo para que a música nunca mais acabasse para que eu ficasse ali a encarando eternamente. Os movimentos de seu corpo eram capazes de me causar uma explosão a cada segundo, eu estava em êxtase pela primeira vez sem nem ao menos ter tocado nela. Quando a primeira musica acabou ela desceu do palco, um silêncio se instalou por toda a sala me fazendo perceber que meus amigos estavam tão tensos e hipnotizados quanto eu. O som de seu salto fino tomou todo o ambiente.

TOC.

TOC.

TOC.

Ela se aproximou ficando a nossa frente, então uma de suas mãos graciosamente foi até a cintura.

— Quem é o noivo? — Ela disse em um tom baixo. Sua voz perpetrou meu estomago me causando inicialmente um choque e logo após formigamento por todo o meu corpo. Era tão rouca quanto sexy.

Dylan levantou uma das mãos timidamente. Ela foi até ele o puxando pela gravata. Bendita gravata. Eu que nunca quis casar, desejei estar noivo aquela noite. Ela o guiou até a cadeira no meio da sala e magicamente uma nova musica começou a tocar. Ela voltou a dançar só que dessa vez como uma apresentação intima ao meu amigo que se não fosse pela luz vermelha sobre nossos rostos, o veríamos roxo como um pimentão passado. Internamente – aposto eu – ele estava se julgando por não conseguir tirar os olhos dela sendo que casaria no mês seguinte. Homens. Quando eu achei que não podia piorar, piorou miseravelmente! Ela iniciou seu jogo de sedução covarde, tirando primeiro as luvas. Uma e depois a outra caiu ao chão como uma peça de roupa. Inferno. Então se virou enquanto rebolava ao perfeito ritmo da musica e começou a mexer as mãos como se seu plano desde o inicio fosse nos enfeitiçar. Se fosse, ela estava conseguindo. Novamente a dama da noite se virou agora com a árdua tarefa de desamarrar o seu espartilho o mais lentamente possível. E nesta parte eu já estava contendo todos os meus instintos de ir até aquela mulher e desamarrar aquela roupa por ela de uma forma bem mais pratica e rápida! Quando seu espartilho foi ao chão, um sutiã preto de couro acentuando seus seios modelados em perfeita sincronia com o resto de seu corpo surgiu. Sutiã, calcinha preta também de couro e meia calças. Ela só vestia apenas isso e era como se estivesse nua.

Ela rodeou a cadeira do Dylan, o virando para nós e então foi até a mesa de centro que nos separava dele. Subindo na mesma recomeçou o show fazendo meu coração quase parar. No meio da musica ela desceu da mesa e foi até o Jack, rebolando em seu colo e deixando seu corpo disponível ao toque dele. Mas ela parecia intocável, essa era a palavra perfeita para traduzi-la, intocável. Saindo do colo de Jack ela se aproximou de mim, seu corpo curvou-se sobre o meu, deixando nossos rostos á poucos centímetros e eu pude vislumbrar um sorriso de canto enquanto seus dedos subiam sobre meus braços e passavam para o meu pescoço, me arrepiando por completo. Antes que ela voltasse ao seu lugar encarei seu corpo dos pés a cabeça numa olhada lenta, eu queria guardar cada pedacinho. O que mais me chamou atenção foi a tatuagem que somente aquela aproximação me permitiu notar, um pouco abaixo de seu sutiã, em sua costela, uma lua cheia jazia. E antes que eu pudesse me controlar, meus dedos a tocaram causando uma corrente elétrica por todo meu corpo. Ela que manteve seus olhos sempre um ponto distante por toda a apresentação, me encarou. Castanhos claros, isso nem mesmo a luz poderia omitir. Sua respiração ofegou com meu toque enquanto seus olhos ainda estavam presos aos meus. De forma dolorosamente lenta ela baixou os olhos visualizando todo o meu corpo e voltando a me encarar, e então se afastou quebrando a tensão sexual que nosso encontro visual havia criado entre nós. A mulher voltou a Dylan, colocando um dos pés apoiado na cadeira, no meio de suas pernas, e começou a tirar a meia calça. Novamente, uma e depois a outra. Eu jurava que sairia daquela sala diretamente para o hospital com um ataque cardíaco se ela continuasse. Quando não restava nada além de calcinha e sutiã, ela voltou ao palco. A barra se tornou novamente uma parte perfeita dela, e em alguns momentos – não sei se pela bebida – as duas pareciam se tornarem uma só. Como um último golpe fatal, ainda de costas ela desabotoou o sutiã e o deixou cair ao chão! Todo o meu corpo pulsava por aquela visão perfeita de seu corpo nu, eu estava implorando internamente para que ela virasse, mas isso não aconteceu. Antes que a sala inundasse em fumaça novamente, pude ver o contorno de sua tatuagem quando seu corpo se virou para nos olhar uma última vez numa meia lua que nos mostrava apenas o que ela queria que víssemos e nada do que queríamos ver. Quando a fumaça se dissipou, ela não estava mais lá.

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