O retorno ao escritório no dia seguinte foi estranho — não pelo ambiente em si, mas pelo que havia mudado entre eles. Nada visível. Nada dito.
Mas estava ali.
Na forma como Isabela notava cada movimento ao redor.
Na forma como Dante parecia sempre um passo mais perto do que o habitual.
Na forma como até o ar parecia mais denso quando os dois estavam no mesmo espaço.
Assim que ela passou pela recepção, ouviu a voz da assistente de Dante:
— Bom dia, Isabela. O senhor Dante pediu que, quando chegasse, fosse diretamente à sala dele.
Ela assentiu com educação, mas o coração acelerou antes que a razão pudesse reagir.
No caminho, respirou fundo — duas vezes.
Quando entrou, Dante estava de costas, observando a cidade por trás da parede de vidro. O céu estava nublado, o tipo de cinza que anunciava tempestade.
Ele não se virou imediatamente.
— Feche a porta — disse apenas.
Ela obedeceu — sem questionar. Sem permitir que a voz interna, que ainda tentava manter controle, criasse barreiras.
Quando