O despertador tocou às seis e meia, mas Isabela já estava acordada. Nem precisava olhar no espelho para saber que sua expressão denunciava a noite mal dormida — não por insônia, mas por excesso de pensamento. Um beijo. Só um beijo. E, ainda assim, parecia que o mundo dela tinha mudado de eixo.
Enquanto arrumava a mala pequena — blazer preto, camisa branca, uma calça social creme e alguns itens pessoais — sentia o coração acelerar sem aviso. A viagem era rápida, apenas uma reunião estratégica em São Paulo. Nada demais. Pelo menos no papel.
Mas bastava lembrar da mensagem dele para o estômago dela se contrair.
“Não pense demais. Apenas esteja lá.”
Simples. Direto. A assinatura exata de Dante Cruz.
Ela terminou de arrumar tudo e respirou fundo antes de sair. O motorista já aguardava no térreo do prédio. O céu ainda estava pálido de amanhecer quando ela entrou no carro, tentando convencer a própria respiração a acompanhar o ritmo tranquilo da cidade despertando.
Quando chegou ao aeroporto