A luz atravessava as frestas da janela como dedos curiosos, tocando os corpos entrelaçados na penumbra do quarto. Isadora despertou com o calor do sol e com algo mais — um estremecimento interno, como se uma porta tivesse sido aberta em algum lugar profundo dentro dela. Não havia mais dúvida. O vínculo tinha se completado.
Cael ainda dormia ao seu lado, os traços suaves apesar do peso que carregava. Mas mesmo no descanso, seus dedos estavam entrelaçados aos dela, como se a conexão entre os dois precisasse ser mantida fisicamente.
Isadora se levantou devagar. Quando seus pés tocaram o chão, uma imagem atravessou sua mente com força: o mesmo altar de pedra, o mesmo espelho, mas agora havia sangue. E um nome sussurrado por vozes antigas — Selene.
Ela se agarrou à beirada da cama, tentando respirar. O nome vibrava dentro dela como se fosse parte de sua essência.
Cael acordou com o silêncio tenso. Sentiu o vazio ao seu lado e, ao vê-la em pé, com o olhar perdido, levantou-se num impulso.
—