A brisa úmida da noite deslizou pela pele exposta de Bruna, enquanto ela permanecia sentada na varanda, as pernas dobradas sobre a poltrona de vime, os braços apertando os joelhos como se, assim, pudesse conter o que tumultuava por dentro. O céu, um manto azul-escuro salpicado de estrelas, parecia vasto demais, distante demais, como tudo ultimamente.
Lá dentro, Jae-Hyun se movimentava em silêncio, o som abafado de panelas, o estalo seco do fósforo acendendo o fogão, o aroma suave de gengibre e óleo de gergelim começando a perfumar a casa. Ele não a incomodava, nem insistia. Apenas respeitava aquele espaço que ela escolhera: a varanda, o refúgio, a fronteira.
Mas, para Bruna, esse silêncio doía. Ele parecia mais um afastamento, uma aceitação fria de que algo entre eles havia mudado — e talvez, pensava ela, tivesse mesmo.
Tocou o celular largado sobre a mesinha ao lado, os dedos hesitando por alguns segundos antes de deslizar pel