presságios

Selena acordou com uma dor aguda no peito. Não física. Algo mais profundo, como se o Elo estivesse enraizando dentro dela, mudando tudo — corpo, sangue, alma.

Rurik ainda dormia ao seu lado, os traços mais suaves, a respiração pesada. Pela primeira vez, parecia jovem. Humano. Vulnerável.

Mas ela sabia: era só aparência. O lobo nunca dormia de verdade.

Ela se levantou, caminhou nua até a janela da cabana e sentiu o mundo ao redor.

A mata estava… errada.

O silêncio não era o habitual. Era um vácuo.

Nenhum grilo. Nenhum pássaro. Nenhuma folha se mexendo.

Como se a própria floresta tivesse prendido a respiração.

Ela fechou os olhos e estendeu a percepção. Um feitiço antigo, instintivo, como quem busca o eco de algo esquecido. E então sentiu.

Uma presença. Densa. Observadora. Oculta entre as árvores.

— Acorde — sussurrou, sem tirar os olhos da escuridão. — Estamos sendo vigiados.

Rurik se moveu com o instinto de predador. Em segundos, estava de pé, nu, os olhos dourados faiscando.

— Quem?

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