A manhã nasceu com o cheiro de terra molhada e folhas cortadas. Aurora estava de joelhos diante da entrada da cabana, amarrando as bases de uma nova estrutura de madeira. Kai vinha atrás, carregando pequenas pedras para enfeitar o jardim que estavam criando ao redor. Era o terceiro dia seguido em que ela reconstruía algo ali — não por necessidade, mas por vontade. Por escolha.
— A senhora vai fazer mais um quarto? — perguntou uma das fêmeas mais novas, chamada Luma, se aproximando com uma cesta de folhas.
— Não — respondeu Aurora, com um leve sorriso. — Vou fazer um espaço de silêncio. Um lugar onde mães possam respirar quando o mundo estiver gritando demais.
Luma sorriu e abaixou ao lado dela para ajudar.
A notícia de que Aurora estava ampliando a cabana correu rápido. Em poucas horas, três fêmeas e dois jovens órfãos apareceram para oferecer ajuda. Um trouxe ervas para espantar insetos. Outro, cobertores. Outro, sementes.
— O que é isso tudo? — Kai perguntou, com os olhos arre