A Marca da Sombra
O som da ĂĄgua pingando nas pedras foi a primeira coisa que senti ao acordar.
A segunda⊠foi dor.
Ardia na lateral do meu corpo, como se algo tivesse sido esculpido com fogo sobre minha pele.
Quando toquei, senti a textura: nĂŁo era corte, nem cicatriz. Era⊠sĂmbolo.
Maelis entrou no abrigo de folhas e terra onde eu descansava.
Carregava um vaso com lĂquido dourado.
â Beba. Vai aliviar.
â O que aconteceu comigo?
Ela se ajoelhou ao meu lado.
â VocĂȘ foi marcada.
â Por quem?
â Pela Irmandade. Pela Lua. Por vocĂȘ mesma.
A marca apareceu sozinha.
Mas só aparece⊠em quem carrega o Fio da Origem.
Levantei o manto e olhei.
Ali, na pele abaixo das costelas, havia uma runa antiga.
Um traço em espiral, envolto por trĂȘs luas crescentes.
No centro, uma linha vertical atravessava tudo â como um raio, como uma escolha.
â O que ela significa?
â Que vocĂȘ pode comandar.
Ou destruir.
Que vocĂȘ nasceu da MĂŁe e da RebeliĂŁo.
â E quem sabe ler isso?
â Apenas as IrmĂŁs.
E os anciÔes do Conselho.