🌓 Capítulo 62

Fogo que Não Queima

A lua estava no seu ápice.

Cheia.

Branca.

Observando.

O altar se erguia como uma cicatriz no meio da floresta, feito de pedras negras e símbolos esculpidos com sangue antigo.

Guardas em cada ponta.

Supremos de armadura prateada vigiando as correntes que prendiam Rafael e Thoren.

Ambos de joelhos.

Cabeças erguidas.

Orgulho intacto, mesmo que os corpos sangrassem.

E eu… nas sombras.

Esperando o momento certo.

Sentindo Selyra inquieta sob minha pele.

> “Agora, filha.

Deixe de sussurrar.

Grite.”

A primeira tocha foi acesa.

— Que os pecadores paguem — disse o Ancião Mestre.

A voz dele cortou o ar, mas não o silêncio da floresta.

A segunda tocha se ergueu.

E foi quando minha pele começou a se aquecer por dentro.

A marca sob minhas costelas pulsava, viva como um coração batendo em outro ritmo.

Meu corpo enrijeceu.

Meus dedos se estenderam sem que eu mandasse.

As unhas cresceram — negras, curvas, afiadas.

Transformação parcial.

Lobo e mulher em equilíbrio.

Metade carne, me
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