Farpas na Pele e Laços no Sangue
A noite chegou espessa como Ăłleo negro, abafando a floresta num silĂȘncio que mais parecia um aviso.
Sorren havia partido, mas seu cheiro ainda impregnava os corredores da mansĂŁo â doce demais para ser confiĂĄvel, forte demais para ser ignorado.
Desde a chegada dele, algo se quebrava aos poucos entre os que me cercavam.
Como se o medo e o desejo se entrelaçassem e puxassem cordas invisĂveis entre nĂłs.
Kael estava diferente.
Mais protetor.
Mais inquieto.
â Ele te tocou com os olhos â disse. â E vocĂȘ nĂŁo o cortou por isso.
â VocĂȘ acha que eu deveria ter feito o quĂȘ, Kael? Atacado um embaixador diante do conselho?
â Acho que vocĂȘ deveria ter mostrado que Ă© minha.
A palavra queimou.
â Sua?
Selyra rugiu dentro de mim.
> âNĂŁo pertenço a ninguĂ©m.
Nem aos de antes, nem aos de agora.â
â VocĂȘ me tocou. Me desejou. Me teve. Mas isso nĂŁo te dĂĄ posse â sussurrei, firme.
Kael se aproximou, os olhos dourados inflamando.
â EntĂŁo diga.
Agora.
Diante de mim.
Que nĂŁo me qu